quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Celso Furtado e a teoria desenvolvimentista


                Celso Furtado, um dos principais expoentes da teoria desenvolvimentista latino-americano, preocupou-se em compreender que condições permitem subordinar as transformações capitalistas aos desígnios da coletividade. Ele contrapôs o conceito de subdesenvolvimento, este tido como estado “ideal”. 
                O subdesenvolvimento é um processo estrutural específico, não uma fase antes do desenvolvimento. Sua obra traz a luta para superação da dependência e pela democratização da sociedade latino-americana. Suas pesquisas apontam a relação entre a origem do subdesenvolvimento e o pesado legado do período colonial, o qual persevera à presença de classes dominantes aculturadas, obcecadas em imitar o estilo de vida e de consumo das economias à custas da integração de considerável parcela da população a melhores padrões de vida. O autor também analisa questões teóricas sobre os obstáculos ao desenvolvimento das economias periféricas, bem como interpretações históricas sobre a formação econômica da America Latina e do Brasil.

                Ainda hoje a obra de Furtado, em especial Formação econômica do Brasil, é de grande relevância e serve de base para cursos de economia e ciências sociais. De acordo com Sampaio, primeiro, porque é preciso buscar as origens históricas mais remotas para compreender a gravidade da crise brasileira; e segundo, porque feitos os devidos ajustes ao seu arcabouço teórico fica clara a necessidade de se enfrentar as causas profundas do subdesenvolvimento.

                Para ele, o subdesenvolvimento tecnológico seria uma das formas de romper com a estrutura centro-periférica fica claro que suas contribuições se mantem atuais na influência das transnacionais sobre o nosso padrão de consumo, o acessoa novas tecnologias da informação, nossos símbolos e valores culturais. Na condição de país subdesenvolvido, não alcançamos nem autossuficiência nem competitividade em relação aos países do centro, e por outro lado, adotamos seu padrão de consumo como ideal, ainda que excludente à boa parte da população. Por isso, o desenvolvimento tecnológico interno seria um importante fator para romper com a estrutura centro-periférica. 

Caio Takaki Coelho é estudante do Bacharelado de Ciências e Humanidades da UFABC

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